O CASO DOS DOIS SÁBIOS
Ouvi esta história contada por um amigo, alguém muito simples, sem muita erudição, felizmente, (mas) e com uma profunda e aguda inteligência.
Antes, de contar a história anedótica de meu amigo, gostaria de narrar o contexto em que ela foi dita.
Tomava-mos Chá em um lugar público, jogando conversa fora e filosofando um pouco, meu amigo, eu e uma amiga. O assunto, se não me engana a memória, era sobre a riqueza cultural do gaucho e do seu grau de politização. La pelas tantas, caiu de pára-quedas no assunto um advogado que estava ao lado, com o ouvido espichado para nós.
Ele foi dizendo de uma forma doutoral e professoral: -Vocês estão enganados. Quando eu morei na França, me dei conta da insignificância da nossa cultura... E ele foi por ai afora, fazendo uma porção de afirmações deste gênero, com a empáfia e a arrogância de alguém que só tinha certezas.
Quando ele deu uma folguinha, prá respirar, o meu amigo saiu com esta: -Tchê, tu conheces a historia dos dois Sábios? Ele. -Não. -Então, vou te contar, escuta com atenção.
Dois sábios se encontraram numa praça.
Sábio nº 1: - Tchê, descobri uma verdade, que é universal.
O nº 2 respondeu: - Sim, qual é?
O 1: - Toda a pessoa que tiver certeza absoluta de alguma coisa é um baita idiota.
O 2: - Mas me diz com sinceridade. Tu, estas convicto disto, tens certeza?
O Numero 1, batendo de maneira enfática, com o punho direito cerrado sob a palma da mão esquerda:
- ABSOLUTA, ABSOLUTA!!!
Acho que não preciso explicar o motivo de o "Doutor" ter saído, em disparada e de mau humor.
R. Vargas
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