O Mestre dos Mestres

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segunda-feira, 11 de junho de 2007

UM POUCO DAS ORIGENS HISTÓRICAS DO AIKIDO

Os antigos livros de artes marciais japoneses contam que o AIKIJIUJITSU (a arte mãe do Aikido) foi originalmente desenvolvido por MINAMOTO YOSHIMITSU o terceiro filho de Minamoto Yoriyoshi que era descendente em 5 geração do próprio imperador SEIWA. A família Minamoto era uma das mais influentes famílias do Japão naqueles tempos e de onde floresceram os mais famosos guerreiros.
Na verdade acredita-se que Minamoto Yoshimitsu e seu irmão Yoshiie, provavelmente, apenas aperfeiçoaram as técnicas guerreiras que já existiam no clã e eram propriedade da família, já por muitos anos passados, cujas origens se perdem no tempo. Minamoto distinguiu-se como famoso professor de lança (Sojutsu) e seu irmão Yoshiie como arqueiro, além de ambos serem mestres em TAI-JUTSU (Posteriormente Jujutsu).
O filho mais velho de Yoshimitsu, Yoshikiyo, mudou-se para área conhecida como Kai e fundou uma nova ramificação da família denominando-a naquele tempo de “kaigenjitakeda”. Kai, o local, Genji o nome original da família, e Takeda o novo nome da família. A família Takeda desnvolveu artes marciais de estilos próprios incluindo, a arte de cavalgar, lança, espada e técnicas de AIKIJIUJITSU. Ainda atualmente as únicas escolas de arte de cavalgar no Japão são Takeda Ryu e Ogasawara Ryu e ambas atribuem a Minamoto Yoshimitsu como seu fundador.
Um dos mais famosos generais da Família Takeda foi Shingen Takeda que enfrentou com sucesso o famoso Ieyasu Tokugawa que somente conseguiu derrotá-lo na batalha final graças a falta de ética dos guerreiros usando armas de fogo, pois a destreza dos guerreiros da família Takeda era inigualável e insuperável. Ferido na última batalha, Takeda Shingen designou a Takeda Kunitsugu que procurasse asilo com seu aliado, Ashima Moriuji, o governador do Estado de Aizu. Desta maneira o clã Aizu acolheu Kunitsugu com professor de artes marciais e o Aikijiujutsu passou a ser preservado nas mãos do novo clã, que passou a ser ensinado a seus samurais.
O clã Aizu (atualmente localizado na região da prefeitura de Fukushima), acolheu Takeda Kunitsugu e este, como mestre de Aikijutsu, passou a ensinar as técnicas especiais “Oshiki-Uti” (também conhecidas como Odome) exclusivamente aos mais elevados samurais do Aizu-han, permanecendo assim, praticamente, pelos trezentos anos seguintes. Ainda há o fato de Soemon Takeda (1758 - 1853), que ensinava um sistema conhecido como AIKI IN YO HO (o sistema AIKI de Yin e Yang), ter passado seus conhecimentos para Tanomo Saigo, chefe dos servos do “Senhor” de Aizu. Saigo também havia treinado as técnicas de espada MISOGUCHI RYU e a ciência militar KOSHU RYU.
A situação política do Japão na época era terrível;estavam em meio a uma guerra civil entre os Daimiyo que apoiavam o antigo regime militar e os partidários do novo governo Meiji, que contavam ainda com o apoio externo. O clã Aizu estava entre os que apoiavam o Shogunato Tokugawa, sendo um dos últimos a se renderem em 1868. Após a última batalha, a família do até então desaparecido Saigo, acreditando na sua morte cometeu Sepuku (suicidio) em honra a seu nome. Porém, Tanomo Saigo estava vivo e em vista desta tragédia acabou tornando-se pastor shintoísta, chegando a atuar em diversos distritos, até adotar Shiro Shida como filho-discípulo. Graduado nas técnicas Oshikiuti, Shiro aplicou-as mais tarde na KODOKAN, a recente escola de JUJUTSU de Jigoro Kano que era grande pesquisador, tendo peregrinado por várias escolas até fundar a sua própria: o JUDO.
Em 1889, foi realizado um torneio entre as principais (tradicionais) escolas de JUJUTSU para decidir qual seria a escola superior. O representante da KODOKAN foi o instrutor assistente Shiro Shida. Neste torneio foi assegurada a reputação do JUDO como uma grande escola de JUJUTSU. Pouco mais tarde, entretanto, Shiro - provavelmente indeciso entre sua dívida com seu pai adotivo, Tanomo Saigo, e seu respeito por Jigoro Kano - abandonou a prática de ambos sistemas, mudou-se para Nagasaki, e devotou-se ao tiro com arco e flecha clássico (KYUDO) o resto de sua vida.
Felizmente, o já idoso Tanomo tinha um outro grande discípulo: Sokaku Takeda (1863;1943 (que foi um dos mestres de MORIHEI UESHIBA, o fundador do AIKIDO).
Sokaku era o segundo filho de Sokichi, que decidiu-se ao Sumo, no lugar do Aiki In Yo Ho. Sokaku ainda jovem havia conseguido a licença para dar aulas de Ono ha Itto ryu (escola de esgrima), assim como havia estudado também com o “santo da espada” Kenkichi Sakakibara do Yagyu Jiki Shinkage ryu. Como grande espadachim, Sokaku “transtornou” DOJO por todo o país, metendo-se em milhares de combates, sempre combatendo na arma favorita de seu oponente. Ele, documentadamente, teve mais que uma luta com espadas verdadeiras; certa vez envolveu-se numa briga com um grupo de trabalhadores de construção matando sete ou oito deles. Muitas histórias se contam sobre Sokaku, como por exemplo esta de 1910: em uma área rural, que Sokaku frequentava, havia um bandido que aterrorizava as redondezas e as pessoas não se atreviam a andar sozinhas a noite. A polícia apesar de muitos esforços, não conseguiu prender o bandido. Repentinamente cessaram os roubos e as investigações encontraram o corpo do bandido na lama, exatamente na trilha que Takeda costumava passar toda noite.
Quando Tanomo transmitiu seu último conhecimento para Sokaku em 1898, ele lhe disse: “O caminho da espada acabou; daqui em diante faça com que estas maravilhosas técnicas sejam conhecidas em todo o lugar”. Ele modificou as técnicas Oshiki uti baseando-se nos seus longos anos de experiencia prática; denominando seu novo sistema como Daito ryu Aikijutsu, e deve por direito ser considerado seu fundador. Agora Sokaku viajava por todo o lado, atraindo um grande número de discípulos; ele era reputado por ter tido perto de trinta mil alunos, inclusive Militares, Duques, Ministros do governo e praticamente todos os budoka de renome daquela época foram seus alunos de um modo ou de outro. Sokaku nunca teve um Dojo próprio permanente, preferindo atrair discípulos em encontros do tipo que teve com Charles Perry (mal entendido que levou a um combate em um vagão durante uma viajem), em disputas com mestres de Kendo e Judo - o perdedor tornava-se pupilo do ganhador - e em demonstrações formais, nas quais apresentava-se com a participação da platéia, demonstrando nos próprios espectadores as técnicas e o poder do Ki.

Compilado e comentado por Fabrício Meirelles
Publicada no jornal Giri
maio de ‘95

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