O Mestre dos Mestres

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Este Blog é dedicado às pessoas cuja motivação de vida seja o crescimento como ser humano. Admitindo-se que este passa pela opção de valorizar o SER em detrimento do TER e também pela difícil opção consciente que todos os grandes mestres pregam, que é a necessidade de priorizar em primeiro lugar o seu ser, pois este só poderá ser produtivo para os outros na medida em que estiver bem nos planos; físico, mental e espiritual.

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terça-feira, 23 de setembro de 2008

O AIKIDO E O FRESCOBOL

Li num dia destes, um texto que falava sobre a comparação dos relacionamentos com o Jogo de tênis e o Frescobol, acredito de autoria de Rubens Alves (na dúvida, confira no Google o texto na íntegra). Para ilustrar e ficar como uma entrada citarei um pequeno trecho: “Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que, os casamentos (relacionamentos) são de dois tipos: Há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua ‘cortada’, palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar.
O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.
O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la.
Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra, pois, o que se deseja é que ninguém erre. E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado.
Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos…”.
Concordo em muitos aspectos, com a idéia do texto, mas vejo que ela serve não apenas para os relacionamentos amorosos e casamentos, como enfocado no texto, mas também para as relações em geral. No caso do Aikido, por exemplo, o ganha\ganha do Frescobol tem tudo a ver com a idéia do “todos ganham” que norteia essa Arte Marcial. Isso porque na prática do Aikido não existe nunca um vencido e nem um vencedor, existe apenas a boa prática de duas pessoas, e a busca por movimentos cada vez mais perfeitos e harmônicos, com o objetivo primeiro de aprender técnicas que sirvam como autodefesa e também, como conseqüência, a conquista de uma saúde melhor. No Aikido existe uma permanente troca: de energias, de movimentos, de conhecimentos, ou seja, um constante dar e receber.
Ao mesmo tempo, porém, esse texto me lembrou de algo, que tanto a vida como o Aikido me ensinaram: ter alguém criando certa dificuldade ou “lançando algumas bolas difíceis” (para seguir a analogia do referido texto) é algo positivo para o crescimento de qualquer pessoa. Como na diferença, segundo alguns, entre a mãe Ocidental e a mãe Oriental; a Ocidental, por um imperativo cultural, quer e precisa super proteger e facilitar o caminho de seus filhos, enquanto a Oriental, procura de alguma forma criar dificuldades que estimulem o crescimento dos seus filhos. Da mesma forma, a presença de um companheiro de treinamento, como a mãe Oriental, fazendo o papel de ‘agressor’ que nos ataca repetidamente, também nos propicia uma oportunidade de crescimento. Na prática do Aikido, num primeiro momento, você incorpora o papel de agressor (chamado de ‘Uke’ em Japonês) e oportuniza que o outro (chamado de “Nague”) possa praticar sua técnica de defesa. Depois os papéis se invertem. Assim, num momento você é o ‘servidor’ e no outro você é o ‘servido’. Para termos um bom treino esta prática deve ser plena de gentilezas, respeito ao outro e espírito de cooperação, permitindo desenvolver qualidades como, empatia, cooperação e solidariedade e, desta maneira, todos ganham. Ganham inclusive, indiretamente, pessoas que nem estão ali, por que todos os que se relacionam com estes dois verdadeiros praticantes de Aikido irão, em última instância, beneficiar-se disto.
O verdadeiro e experiente praticante de Aikido tem bem consciente na sua conduta, que o papel de servidor (Uke) deve ser o mais importante durante a prática, pois ele deve sempre exercer o papel de atacante com uma intenção sincera e verdadeira do início ao fim do movimento, pois sem isto, o seu companheiro de treino (Nague), não conseguirá praticar e aperfeiçoar seus movimentos de Aikido Por isto que durante a prática, ouvimos seguidamente as pessoas pedindo desculpas umas às outras, seja quando atrapalham o treino de alguém, seja por esbarrarmos, sem querer, em outras pessoas ou por não termos agarrado, durante um ataque, com firmeza e com a mesma intenção até o fim uma pegada, ou por não executarmos um ataque com sinceridade e energia. Um treino sem essa cortesia e sincera interação seria como conversar com alguém que nunca contrapõe nada ao que você diz, e concorda sempre com tudo, impedindo que haja um dialogo produtivo. O crescimento vem como conseqüência de dificuldades e algumas oposições. Por exemplo, você acha que um músculo vai crescer se você exercitá-lo com um peso zero, isto é, sem oposição? Evidentemente que não. Segundo os cientistas da Nasa, os Astronautas, após longo tempo sob o efeito da "Gravidade Zero", ficam com os músculos atrofiados. Isto serve também para todas as atividades mentais e inter-relacionais. Se nós não tivermos, vez por outra, um contraponto ou algum tipo de oposição, não cresceremos, não desenvolveremos fisicamente, mentalmente, profissionalmente e nem espiritualmente. Podemos dizer, portanto, que falta de oposição e de dificuldades, são potenciais destruidores e inibidores do crescimento de uma Pessoa. E, assim, podemos entender o quanto é importante exercer o papel de um "opositor estimulante, positivo e consciente", este é o caminho do meio, não ser omisso, mas também não ser um opositor negativo, que só quer levar vantagem e que busca de todas as formas a derrota do outro.


R. Vargas

Um comentário:

Omar disse...

Texto muito adequado.
Obrigado e Abraço!